Tentativa
Tento deixar “as letras gastarem
e desbotarem
a memória dos momentos”, mas
há uma revolução de sentimentos que
não deixa a calmaria
apossar-se de mim.
Talvez outras liras apareçam,
mas agora a pena somente converte
os meus versos em ti.
Tu me pedes que não os envie
mais e minha escrita
emudece com tuas palavras.
Como pedir ao coração que
não traduza o que sinto?
Como obedecer-te dessa maneira
que agride e fere a alma?
Apenas pergunto, mesmo sabendo
serem em vão os questionamentos
para os quais tu não
mais me dará respostas.
Cada verso que aqui repousa
é apenas uma tentativa de
dizer que o tempo ainda
não te apagaste de mim.