LUZ IMENSA
Ando
Deambulando
Fazendo o tempo passar
Embora nada me prenda
E eu não tenha
Nenhum lugar definido
Por onde andar
Nessas desventuras
Joguei limpo
Joguei com as cartas
E os dados viciados
Joguei sujo
Ou menos limpo
Embora com isso
Nada tenha ganho…
Reparando
Que pouco tempo antes
Me tinhas um sorriso negado
Voltando agora
Depois de tudo o que fiz
Porque te apetece
Estar a meu lado
Não sabendo bem porquê
Se os teus motivos
São obscuras razões
Que escondes de mim
Impondo
Sem te importares
As tuas leis
Às quais têm que ceder
As minhas motivações
E se me perguntares como me sinto
Não saberei responder
Se te quero de facto
Ou se não me importo
De te perder
Nesta Luz Imensa
Que me inunda
A espuma dos dias
E que preenche
O teu vazio
Nestes tempos
Onde reafirmo
Uma personalidade
Titubeante
Não sabendo se és de facto
Ou se farás parte
Da mímica que faço
Cada vez que o sol se põe
E ignoro como encarar a noite
Cada vez que te eclipsas
Algo de banal
Demasiado repetitivo
Mas que desde algum tempo
Já não me irrita
Ou faço por ignorar
Pois
O meu lugar
É à sombra das Estrelas
Onde poetizo
E continuamente estou a confabular
Toda a minha forma de estar
Onde a dor
Por demasiadas vezes é doce
E é deste tipo
De pequenos estranhos prazeres
Que aprendi a gostar…