LUZ IMENSA

Ando

Deambulando

Fazendo o tempo passar

Embora nada me prenda

E eu não tenha

Nenhum lugar definido

Por onde andar

Nessas desventuras

Joguei limpo

Joguei com as cartas

E os dados viciados

Joguei sujo

Ou menos limpo

Embora com isso

Nada tenha ganho…

Reparando

Que pouco tempo antes

Me tinhas um sorriso negado

Voltando agora

Depois de tudo o que fiz

Porque te apetece

Estar a meu lado

Não sabendo bem porquê

Se os teus motivos

São obscuras razões

Que escondes de mim

Impondo

Sem te importares

As tuas leis

Às quais têm que ceder

As minhas motivações

E se me perguntares como me sinto

Não saberei responder

Se te quero de facto

Ou se não me importo

De te perder

Nesta Luz Imensa

Que me inunda

A espuma dos dias

E que preenche

O teu vazio

Nestes tempos

Onde reafirmo

Uma personalidade

Titubeante

Não sabendo se és de facto

Ou se farás parte

Da mímica que faço

Cada vez que o sol se põe

E ignoro como encarar a noite

Cada vez que te eclipsas

Algo de banal

Demasiado repetitivo

Mas que desde algum tempo

Já não me irrita

Ou faço por ignorar

Pois

O meu lugar

É à sombra das Estrelas

Onde poetizo

E continuamente estou a confabular

Toda a minha forma de estar

Onde a dor

Por demasiadas vezes é doce

E é deste tipo

De pequenos estranhos prazeres

Que aprendi a gostar…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 20/11/2008
Código do texto: T1293962
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