ELA e ELE: NUS NÁUFRAGOS...
O amor torna-se sempre em naufrágio:
dela nele, dele nela
Ou acaso, dos dous, acarretado
por decisão, que alcunham de livre
(mas quem sabe do facto...?),
de um ou mesmo dos dous,
em consentido engano
Por agora, outros sonhos
causam nela e nele, namorados,
naufrágios em figura:
Ele, sentimento arvorado,
mergulha-se nos incêndios dela
num doce e plácido encanto...
Ela, rosa das aragens lindas,
envolve os turbilhões brandos
dele num abraço estremecido e nu
de pele, de feitiços, de espasmos:
Juntos, enlaçados se afundem
juntos, na paixão, num passional oceano...
Eis, amigas, amigos, como é que deve
ser feliz o naufrágio!
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Inspiraram-me este poema uns versos de «Naufrágio», de Luciah López, publicado no RdL em 19/11/2008 (Código do texto: T1292452):
«... Despe o teu semblante
E te recobre com a minha pele
E desemboca violento
Ate desvanecer tua ira
Num naufrágio dentro de mim. ...»