O PLANETA SEM SENTIDO - Poesia do Futuro XVIII -
Neva
E faz um calor de assombrar
Chove
E o sol não para de nos iluminar
Amo-te
Mas tenho demasiadas dúvidas
Se é contigo que eu quero estar
E caem lágrimas da minha face dorida
Pela tua ausência
Pela tua partida
Mas não sei se são gotas de tristeza
Ou de alegria…
Que me faz ter um livro em branco
A abarrotar
Da vontade
De o encher
Ou ficará vazio
À espera
Que qualquer divino saber
Me faça nele escrever
Para dizer o quê?
Que me sinto só
Neste planeta vazio?
Mas isso é uma mentira
Pois nem me sinto só
E tudo à minha volta está preenchido
Menos o teu espaço
Comigo
Mesmo na lógica
Ou assumpção
De que o poeta
É um grande fingidor
E que esse planeta
Só está na minha cabeça
Em interstícios de dor
Não sou desse tipo
De inventar mil e uma alegorias
Imagens de fancaria
Só para dizer
“Estou aqui…”
E estou de facto
Mas já não estou só
Por Ti