O PLANETA SEM SENTIDO - Poesia do Futuro XVIII -

Neva

E faz um calor de assombrar

Chove

E o sol não para de nos iluminar

Amo-te

Mas tenho demasiadas dúvidas

Se é contigo que eu quero estar

E caem lágrimas da minha face dorida

Pela tua ausência

Pela tua partida

Mas não sei se são gotas de tristeza

Ou de alegria…

Que me faz ter um livro em branco

A abarrotar

Da vontade

De o encher

Ou ficará vazio

À espera

Que qualquer divino saber

Me faça nele escrever

Para dizer o quê?

Que me sinto só

Neste planeta vazio?

Mas isso é uma mentira

Pois nem me sinto só

E tudo à minha volta está preenchido

Menos o teu espaço

Comigo

Mesmo na lógica

Ou assumpção

De que o poeta

É um grande fingidor

E que esse planeta

Só está na minha cabeça

Em interstícios de dor

Não sou desse tipo

De inventar mil e uma alegorias

Imagens de fancaria

Só para dizer

“Estou aqui…”

E estou de facto

Mas já não estou só

Por Ti

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 20/11/2008
Código do texto: T1293521
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