Letras 0486 - Despedida
A despedida degenera minh'alma bruta,
na volta a saudade é pouca,
como outras três estações que não vem,
inferno é outono, magoa louca.
A dor voa o corpo ponto a ponto,
espalhando odores de ervas daninhas
sobre o aroma dos beijos nossos,
como não fui teu, nunca fostes minha.
Desperta-me do pesadelo por ora,
caminho na chuva que a paixão banhou,
vou vento afora como foi a tempestade
do amor que amei e nunca me amou.
Devolvo a vida, a carne e meus sentimentos,
despeço-me dos abraços da pseudo amada,
até um dia, até uma noite quem sabe,
retorno meus restos e com alma regenerada.
19/11/2008