ELA

Ela, quando desliza me atropela.

E ainda que às vezes não me importe

Sei que um dia desses

Voltarei a sofrer por ela

Que aparece e se esconde que vai e fica

Que é pergunta sem resposta

Que na escuridão brilha feito estrela.

Sem que perceba me envolve

Vai comigo, porém volta sem mim.

Minha rival, minha cúmplice.

Que está dentro da minha vida e

Às vezes está tão fora

Sei que um dia vou perde-la

Mas a encontrarei de novo

Com um novo nome, um novo rosto.

Em um outro corpo

Porém vou saber que é ela,

Só eu saberei que é ela

E outra vez ela me leva

Ela se faz fria e se esquiva

Mas sei que por dentro é quente com um vulcão

Em ebulição

Ela que mente e nega

Que me esquece e me lembra

Coisas que fiz e que pensava em não fazer de novo

Mas minha boca se confunde e,

Ao chama-la chamo outra

E às vezes sente compaixão por este louco,

Cego e louco coração

E se rende a mim

Seja o que Deus quiser,

Mas eu sempre dou uma forcinha

Meu crime é saber que nunca.

Nunca se traí um coração

E ele queima, arde e queima.

Ela é minha amiga, minha fuga.

Porém caio, quando outro adeus está tão perto.

E eu sei que perderei, mas outra vez perguntarei.

E sei que não haverá resposta.