LAÇOS DE UMA IMPOSSÍVEL TERNURA - Poesia do Futuro XIV -
Grão a grão
Gota a gota
De tempo
De lágrimas
Que escorrem
Pela nossa ampulheta
Afectiva
Porque o tempo fecha
E os sentidos abrem
Essa subliminar ferida
Quem és Tu
De novo?
Pergunto enquanto acendo um cigarro
Vendo-te aproximar no meio desta espécie de bruma
E desaparecer quase em simultâneo
Fazendo de contas a esse tempo
Mas o tempo
É algo que eu não tenho…
Ou pura e simplesmente
Que pouco reste
Da minha lendária paciência
Embora
Por já não saber lidar com ela
Tenha feito dela
A minha principal ciência
Onde questiono
Velhas
E futuras questões
Dum amor
Com o qual
Nunca soube realmente lidar
Sendo por isso
Que me embriago na tecnologia
E me vicio na Grande Rede
Para uma certa tristeza desanuviar….
Sim
Atingi
Porventura
O Auge
A Idade Madura
Que transforma o nada
Em Tudo
O pó das Estrelas
Em Amor
Lágrimas que se recusam a sair
Acumulando futuras canduras
Mesmo que seja uma ilusão
E no fim de tudo resulte em
Laços de uma impossível Ternura