LAÇOS DE UMA IMPOSSÍVEL TERNURA - Poesia do Futuro XIV -

Grão a grão

Gota a gota

De tempo

De lágrimas

Que escorrem

Pela nossa ampulheta

Afectiva

Porque o tempo fecha

E os sentidos abrem

Essa subliminar ferida

Quem és Tu

De novo?

Pergunto enquanto acendo um cigarro

Vendo-te aproximar no meio desta espécie de bruma

E desaparecer quase em simultâneo

Fazendo de contas a esse tempo

Mas o tempo

É algo que eu não tenho…

Ou pura e simplesmente

Que pouco reste

Da minha lendária paciência

Embora

Por já não saber lidar com ela

Tenha feito dela

A minha principal ciência

Onde questiono

Velhas

E futuras questões

Dum amor

Com o qual

Nunca soube realmente lidar

Sendo por isso

Que me embriago na tecnologia

E me vicio na Grande Rede

Para uma certa tristeza desanuviar….

Sim

Atingi

Porventura

O Auge

A Idade Madura

Que transforma o nada

Em Tudo

O pó das Estrelas

Em Amor

Lágrimas que se recusam a sair

Acumulando futuras canduras

Mesmo que seja uma ilusão

E no fim de tudo resulte em

Laços de uma impossível Ternura

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 18/11/2008
Código do texto: T1289822
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