SAL DA MINHA VIDA

Como entender os caminhos do amor, entre as rosas, desabrocha dor;

Entre espinhos, alcança a plenitude. Quem o renega, a si mesmo ilude;

Quem o procura, encontra dissabor; Acha doença, almejando cura;

E padece lacrimosamente, entre sorrisos de surpreendente loucura.

Como entender os seus princípios; caminha feliz á beira de precipícios

Derrotado festeja, como sê vitória; Como humilde servo vê sua glória;

Não compete se há risco de vencer; e atribui orgulho a quem perder;

Impressiona no olhar arisco; Transpõe temporais como se fossem chuvisco;

Quem pode entender a sua lira; Sem nada falar ou fazer, á todos inspira;

O coração incontrolavelmente dispara; Qualquer beleza parece rara;

Qualquer palavra se torna encantadora; Olha para o passado com saudade,

E parcialmente fora da realidade, pensa que a vida é bela e promissora.

Quem há de julgar o apaixonado; quem há de intervir em sua intenção;

O amor desconhece o não; as negativas só o deixam mais fortificado;

Seus limiares não têm limites; nada satisfaz a imensidão de seus apetites;

Não vê seus próprios deslizes; navega à deriva de ilusórias diretrizes.

Entretanto quem há de condenar os amantes. Se são eles, seres invejados;

Todos querem estar acorrentados, extrapolar razões em atos delirantes;

Retalhar as refinações contidas e bradar a mil complicações descomedidas;

Se assim puderem saborear este fruto, de engenho livre e impoluto,

Sal de nossas vidas!!!

Priscila Neves
Enviado por Priscila Neves em 16/11/2008
Reeditado em 27/03/2009
Código do texto: T1286896
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