POEMA DE AMOR
Até parece que não é culpa sua!
Se me aparecesse em minha porta nua
menos seria minha vontade de tê-la
Quanto é por tudo que faz...
Não pode andar pelos corredores
com a doçura do seu olhar
que só se ensaia severo
Nem reunir em si tudo que quero.
Não pode ter tão lindos castanhos
nem o poder de atrair
pra si toda ternura.
Nem o de me fazer rir
assim, em loucura.
Me fere quando aos outros ouvidos
conta o que não sei ler
nos seus lábios de breves sorrisos
e alguma feiúra que não consigo ver.
Em suas conversas poderia
ter menos beleza de criança
que não inspira logo confiança
de que tem problemas a resolver.
Me regue com você e tenha o mundo
– tudo que eu pague pelo que mais quero.
Tenha-se mais feliz, mais plena, infinita...
Tenha-se um milhão de vezes mais bonita
nos meus braços que te confortam.
E te emolduram e elevam
como a abraçar minha própria alma.