Para que falar?...
“Senhora, bem desejaria eu falar!
Porém, de tal maneira me tolhe o amor,
Que, por querer falar,
Eu queria poder não amar!...”
(Recebi de um amigo, F. Z. Reis, há mais de trinta anos! Penso ser de sua autoria, mas não tenho certeza!)
Quando um amor é um amor imenso
As palavras mudas falam mais que outras...
E são pelo olhar de um amor intenso
Que são por nós ouvidas! Sem falar nas outras
Que se manifestam no tocar de mãos,
Nos pensamentos, que, mudos, se completam,
Numa sintonia onde sons vêm e vão,
Pois outras linguagens ao amor se prestam...
Há nestes silêncios longos versejar...
São noites silentes prontas para amar,
São manhãs douradas, lindas, reluzentes...
Os olhares mudos, mas que tudo falam,
São despercebidos dos que não exalam
Este amor profundo de estrelas nascentes...