ELA e ELE: A CAMINHAREM...

Ela lá estava,

pastora de carinhos,

num suave "lucus amoenus"

de cantigas: vestido de verde

florido, afagado por brisas femininas,

luzente nas árvores de ramas amimantes

Ele chegou, cavaleiro em alazão

a refletir os ouros da tarde: a beleza

envolvente extraviou-o por entre as flores,

num movimento amoroso e helicoidal. Ele já não

era ele: Era a tarde fundida no cabelo dourado dela,

a brisa acariciante e nervosa a serpentear sobre corpos

de anjos ou vegetais ou só transidos por melodias delicadas.

Foi então que caminharam juntos e honestos:

Ele, devoto dela

Ela, pudente dele

Imaginavam andar pelo Souto compostelano...