Amor, reclamando vida

Caminhava devagar, tropeçava nas pedrinhas miúdas

Que reclamavam abandono, o suor escorregava de sal

Entre um suspiro e outro de cansaço, amornando velhos sonhos

Sonhos que se cobriam de esperanças coloridas, neste mundão de vida

Vida sem sombreiros, que deixava o sol se jogar de ansiedade na carne

Mesmo que o vento friento tocasse uma canção,nas arvores sonolentas

Vidas de mormaço, caminhos que dispersam de saudades, sem encantos

Nem desencantos, às vezes, alguém de ternura molhava meus lábios profanos

Tudo parado nas dobraduras do meu tempo, meus olhos fechavam as cortinas

Sem ver a doce mulher com flores de laranjeira, esperando o dia morrer

Não abrandava minhas emoções recolhidas, fechadas em um barril de carvalho,

Depurando, depurando , as vinhas que nasceram por acaso nos meus vinhedos

Reclamando vida....