ESTAÇÕES

Cantei o amor, de novo o amor, e ele vi brotar.

Cantei o vento e o vento veio os galhos farfalhar

Além do sol, da lua além, no mar ondas havia.

Em meu coração machucado uma árvore crescia

Em meus olhos, seu olhar os astros se ostentava

Onde todo o desejo e a culpa os muros encontrava

Cresceram lá um sentimento como folhas em árvores anuais

Enquanto prantos apaixonados caem aquém de nosso cais

Ó Deus! Já vem o inverno, a estação sem flor nem vida.

As folhas na água vão caindo no rio da despedida

Ó Deus! Já por demais do mar estive desse lado

Entrelacei dor e despedidas em minha coroa dourado

Se barcos eu chamasse agora, que barcos iriam voltar.

Que barco me conduziria em tão vasto mar?