LÁGRIMAS DE SILÍCIO - Poesia do Futuro III -

Os meus olhos

Construídos por alguém

Que já morreu

Muito antes de eu nascer

Derramam um líquido

Que era suposto

Eu possuir

Mas não verter

Lágrimas de silício…

Liquido da cor

Do futuro

Onde já vivemos

Liquido

Com sabor a medo

De te perder

Lágrimas de silício…

Porque essas gotas

Escorrem pelo meu rosto

Artificial

Que foi concebido

Para durar uma eternidade

O máximo tempo possível

A duração

Do meu Amor por Ti

Porque fui programado para tal

Porque só conheço a perenidade

Porque outro tempo para mim

É algo de irreconhecível

Lágrimas de silício…

E quem me observa

Anda em grande consternação

Porque não era suposto

Uma artificialidade

Ter sequer

Uma emoção

Mas Eu tenho

Eu sou capaz de Amar

Nas noites das novas cidades

Desconhecendo a natureza

Pois essa é

E será a minha forma de estar

Híbrida

E solitária

Derramando por isso

O impensável:

Lágrimas de silício…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 14/11/2008
Reeditado em 14/11/2008
Código do texto: T1282740
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