LÁGRIMAS DE SILÍCIO - Poesia do Futuro III -
Os meus olhos
Construídos por alguém
Que já morreu
Muito antes de eu nascer
Derramam um líquido
Que era suposto
Eu possuir
Mas não verter
Lágrimas de silício…
Liquido da cor
Do futuro
Onde já vivemos
Liquido
Com sabor a medo
De te perder
Lágrimas de silício…
Porque essas gotas
Escorrem pelo meu rosto
Artificial
Que foi concebido
Para durar uma eternidade
O máximo tempo possível
A duração
Do meu Amor por Ti
Porque fui programado para tal
Porque só conheço a perenidade
Porque outro tempo para mim
É algo de irreconhecível
Lágrimas de silício…
E quem me observa
Anda em grande consternação
Porque não era suposto
Uma artificialidade
Ter sequer
Uma emoção
Mas Eu tenho
Eu sou capaz de Amar
Nas noites das novas cidades
Desconhecendo a natureza
Pois essa é
E será a minha forma de estar
Híbrida
E solitária
Derramando por isso
O impensável:
Lágrimas de silício…