A DANÇA DOS ROBÔS - Poesia do Futuro II -
Houve um erro terrível de criação
O meu óleo
Está a transformar-se em sangue
E corre
Para algo que está a nascer em mim
Um coração
A minha cobertura exterior
Sintética
Está a ganhar uma nova textura
Uma nova sensibilidade
Chamam-lhe “pele”
Mas para mim é apenas o reflexo duma nova realidade
E o cérebro formatado
Converteu-se numa alma
Onde os circuitos
Já não conseguem mascarar
Toda uma pungente
Sensibilidade
E os olhos
Os olhos começaram a brilhar por Ti
E já tenho sonhos
Que não são de robô
Tenho sonhos
Em que o artificial
Desapareceu de mim
E pelas galerias
Deste mundo novo
Sonho contigo
Porque aprendi
Que há sonhos assim
A nova luz que me ilumina
Não é a de qualquer oficina
De qualquer laboratório
É a luz da Lua
Debaixo da qual
Aspiro dançar contigo
Contra o estranho
E nascente preconceito
Prenhe de algum perigo
Da descriminação
Por querer
Fazer a ponte
Consumar a União
Entre dois mundos
Que já não são diferentes
Em beijar os teus lábios
E sonhar contigo para sempre
Esquecendo a minha origem artificial
Dando razão ao meu lado humano
Pois
Tu
E ele
São a minha máxima aspiração
Supremo Ideal