Quem és tu?
Alvorada tardia,
Observada entre meus olhos,
Semicerrados...
Cofio minhas rubras madeixas,
Ainda entre o sono e o despertar...
Quem és tu,
Que vens me visitar?
Noite após noite,
Em poético sussurro?
Espanejo minhas alvas asas
E fico a pensar...
Quem és tu a desnudar minh'alma?
Quem és tu, que em prosa e verso,
Vem me cativar?
Meus olhos de mel se estreitam,
O pensamento se perde...
Por um instante,
Antes que eu lhe pegue o fio...
E ordene o pensamento
E volte a me perguntar:
Quem és tu?
És mar e rio?
Ou rio e mar?