O VERDADEIRO AMOR NÃO ACABOU

Até parece utopia, que nesses dias de consumo humano alguém nos ame de verdade;

Que o interesse e a deslealdade, possam perder para o coração;

É que o uso da paixão tornou-se mero utensílio da vaidade;

A desafeição e a maldade já se tornaram mais comuns que sua contradição!

Nossos valores narcisistas contaminaram os sentimentos;

E a implosão dos rudimentos reduzem tudo ao discurso idealista;

As relações tornaram-se materialistas ou resumidas a prazeres e momentos;

Por isso a maioria sucumbe em sofrimentos e só descrédito se avista!

Homens devoram seus troféus, mulheres dissimulam suas adagas;

Traidoras se justificam apaixonadas, traidores detratores da parceira;

Ambos doentes da mesma cegueira, seguindo condenáveis estradas;

Insensibilidade que virou praga, ação abjeta infelizmente costumeira!

Três décadas de vida e ele exibe orgulhoso sua farta coleção sexual;

Com idade igual, ela amou ou se apaixonou por muito mais que mil;

E o peito segue vazio, incapaz de salvar a própria índole do curral;

Arquitetos de um triste final, solidão de uma existência sem brio!

Por isso ao teu pensar desconfiado e pertinente sou compreensivo;

E até parece simples romantismo, o que afirma teu poeta com sinceridade;

Conheço a vil realidade que fez do amor um mito do universo inventivo;

Mas eu tenho sintomas e motivo pra garantir que te amo de verdade!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 13/11/2008
Código do texto: T1281725
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