Somos Impares
Somos impares,
Eu, na minha profunda agonia.
Exilada indefinidamente em um vale intransponível
Buscando seu olhar em minha direção
Desatrelando os nós das amaragens
Envolvida na musicalidade de sua canção.
Somos possuídos por metáforas imagéticas
Olhares profundos, mistérios impenetráveis
Coletivos, impressos em jornais quadriculados.
Caminhamos sozinhos e lado a lado
Sem temor da solidão ou de fantasmas imaginados.
Realinho os pensamentos nas sombras existentes
Minha sombra, adentrando a sua ironicamente reflexa
Nos corpos adormecidos _ sentimentos de adeus
Surpreendendo os obstáculos e as certezas duvidosas
Seguimos unidos circulando em nosso espaço
Quimeras individuais se sobrepõem aos olhares
Apesar de termos segundos de existência
Não somos iguais _ deu-nos a fé incompleta
O instinto que nos guia nos desencontros
Eu, comigo mesma nas ações _ buscando lucidez.
Iludem os quereres pela distancia excedida
Libertadores emocionais dividem as aventuras
Na mente que se abre a novas alegorias
Invisíveis formas, precisas, iluminam as nostalgias e os ideais.