Olhos desertos...
Com olhos de desertos, não via a alma
Debruçar-se sobre meus sonhos,
Ou o desalento que trazia um vento anônimo,
Vagabundo , que chegava congelar o âmago
Às vezes carregava a solidão debaixo dos braços
Esparramava minha alma de saudade,
No tapetão da paciência, esperando amor,
Contando os degraus da vida...
Caminhava sobre ternura, sem respirar,sem forçar
O ar preso de esperança, meus olhos suplicavam
Alguém que oferecessem os lábios, lábios sem magoa,
Nem dobraduras de tristezas
Beijando somente as mãos da vida, anestesiando
Minhas tardes que puxavam a noite pelas mangas
Sorvendo um punhado de estrelas.