Delírio (um convite a sonhar)
Hoje quero delirar
De olhos abertos sonhar.
Não quero saber se é utopia
Hoje quero só a magia.
Ir onde minha imaginação
e meu coração
Puderem me levar.
Voa pensamento,
dou-te meu consentimento
pra sonhar, desejar, amar.
Não se prenda a nada,
vai ao encontro da alma desejada.
Minh’alma voa
Leva-me ao sonho perfeito
daqueles onde até o imperfeito
não tem defeito.
Um quarto branco,
da fina cortina o balanço,
voando, deixando passar
em fleches, a luz da manhã,
nos convidando a acordar,
ela tem essa manha
que vem pelo ar.
E nesse doce delírio,
me vejo acordar ao teu lado
olhos ainda embaçados.
Deitar em teu braço,
me sentir querida
ao ser recebida
no aconchego do abraço.
Me enroscar feito miquinho,
agarrado a mãe, num laço,
sentir a segurança, o carinho
desse momento no ninho.
Um beijo terno na testa.
Sentir o teu cheiro,
assim, de pertinho,
te dar mil beijinhos.
Com as pontas dos dedos
desenhar no teu corpo,
fazer carinho,
arrepiar tua pele
bem de mansinho.
Sentir teu gosto,
decorar teu rosto,
cada milímetro do teu corpo.
Antes mesmo do café
Fazer amor,
não qualquer amor,
um amor intenso,
amor imenso,
que vaza pelos poros,
escorre pelos olhos,
encharca a cama,
que vira nascente desse rio.
Nessa enchente de desejo
sai do leito,
escapa pela janela.
Transborda feito cascata,
num rio de prata.
Invade o mundo
num segundo.
Segundo de amor
sem dor,
sem utopia,
só magia,
transformado nesse instante
na minha verdade,
na minha realidade.
Drica de Assis
12 de novembro de 2008.