Vizinhos do amor

Mesmo que tudo esteja-nos indesejável

Não quero que nada mude,

O nosso jeito de ficarmos sem jeito, a nossa pressa de não apressar os passos

E de não percebermos que já estamos a nos despedir sem perceber

E de perceber que já não somos mais bobos de não percebermos o que já é perceptível

As evidências ditas ingenuamente.

Nossos surdos e sutis olhares que nos escrevem um grande livro,

Uma complexa história que só nós não percebemos, ou fingimos?

Um empolgante fingimento

Que a cada expressão fingida, leva-nos a um maior gostar

Como cada capítulo da história relida pelo meu eterno olhar...

O que me desanima é a dura espera que o tempo nos cede

E nos deixam extasiados.

Duro é saber o quanto é injusto o mundo que nós mesmos criamos

E sem saber, mudamos completamente o caminho

Mesmo sabendo que somos: Vizinhos do amor.

Leandro Ferreira
Enviado por Leandro Ferreira em 11/11/2008
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