Vizinhos do amor
Mesmo que tudo esteja-nos indesejável
Não quero que nada mude,
O nosso jeito de ficarmos sem jeito, a nossa pressa de não apressar os passos
E de não percebermos que já estamos a nos despedir sem perceber
E de perceber que já não somos mais bobos de não percebermos o que já é perceptível
As evidências ditas ingenuamente.
Nossos surdos e sutis olhares que nos escrevem um grande livro,
Uma complexa história que só nós não percebemos, ou fingimos?
Um empolgante fingimento
Que a cada expressão fingida, leva-nos a um maior gostar
Como cada capítulo da história relida pelo meu eterno olhar...
O que me desanima é a dura espera que o tempo nos cede
E nos deixam extasiados.
Duro é saber o quanto é injusto o mundo que nós mesmos criamos
E sem saber, mudamos completamente o caminho
Mesmo sabendo que somos: Vizinhos do amor.