DOM DA VIDA
Dom da vida
Isabelle Mara
Disseram certa vez que eu cantava
E tantas vezes me fizeram crer,
Que convencida, transformei a lágrima,
Num canto doce em cada amanhecer.
Fiz do silêncio o canto que faltava
Nas noites tristes de algum trovador
E cantei versos como quem amava,
Amei com o amor que a vida me ensinou.
Não quis no entanto, nada que não fosse,
Tornar minha alma menos solitária;
Quis tão somente transformar em flores,
Espinhos que outrora feriram minha alma.
Nada pedi em troca do meu canto,
Senão o espaço que a vida me deu.
Tentei cantando sufocar o pranto,
E acalentar sonhos, não somente meus.
Brasília, DF
Registrado na Biblioteca Nacional