Amores platônicos
Tantos falam na beleza,
No sentir,
No ter...
Eu prefiro falar da certeza.
De um amor que não sei se vou viver,
Mas prima em pureza,
Pois não tem o que cercar...
Deixo-o livre,
Deixo-o voar...
Se vier a mim,
Irei aproveitar...
Se não vier,
Ao menos sonhos inspirou...
Como amar se não amou?
Fácil...
Basta o suspiro inspirar...
Uma sensação de levitar,
De borboletas do estômago,
O sorriso provocar,
Saber como deixar sem jeito...
Adoro essa sensação,
Esse efeito...
De paixão platônica,
Dessas que aquecem o peito,
Que fazem a gente rir,
Sem conseguir evitar.
Dessas que dão saudade,
Que a gente se preocupa com o bem estar...
Mas que, bem lá no fundo,
Sabe que talvez nunca vire realidade.
Mas gira em torno de conversas,
Que revivemos com saudade,
Que provoca em nós uma leveza,
Que supera a tristeza da despedida...
Afinal,
Ás vezes,
A dor é uma doce partida...
Mas em paixão platônica,
É quase que um inspirar.
Você escreve pra quem não pode alcançar
Mas, ao mesmo tempo,
Não se preocupa com decepção.
Amores estranhos,
Feitos de pura ilusão...
Mas uma ilusão das boas,
Que ficam entre o sonho e o despertar.
Você não chega a construir um castelo no ar,
Mas sonha do mesmo jeito...
Não consegue se conter...
Basta os olhos fechar.
Mas amores assim,
Não se esvaem no ar...
São bons amores,
Que ajudam nos erguer,
De uma outra maneira...
Te falam de coisas que você não vê,
Mas em outra mente passeia...
Vêem a beleza,
Mas não querem a deturpar.
Não fazem sofrer,
Pois não pretendem magoar...
Simplesmente ficam em nossa mente,
A vagar...
Não na forma de "e se...",
Mas de "porque..."
Amores belos,
Que todos temem...
E ainda entra o "porque",
O desprendimento,
A saudade...
Afinal, são vizinhos íntimos
De sinceras amizades.
Amores platônicos...
Etéreos como bolhas de sabão...
Luminosos como um dia de verão...
Mas fadados a nunca se realizarem.