O amor desperta
Jamais quero adormecer tal sonâmbulo cego do amor,
o amor de percorrer co’meus olhos as vagas bravias
a galope intermitente nos pélagos selvagens em flor,
sempre roncando, areia roçando, virgens eucaristias!
Doce Amor perfeito! não durma na azul melancolia,
nem morra soluçando soluços perdidos naquele dia
distraído, que brincava comigo escondendo na noite
a esperança que pintei em cores de aurora radiante!
Quero eu sentir muito amor nos amanhãs amanhecendo
como hoje e nos infinitos amanheceres por nascerem,
um botão de rosa perene o Mistério da vida brotando,
risos d’encantamentos onde almas divinas florescem!
O amor desperto e eterno, rasgando a vereda lunada
atrás da noite sossegada d’estrelas interpretativas,
doce silêncio, enluarando a viagem das almas alvas,
que se abandonam em fuga à eternidade prometida!
Por vezes me sinto envolver um sossego reverente,
na ausência que a minh’alma causa enquanto sonha,
silencio ao milagre das mil vozes enternecidamente
acarinhadas e abraçadas, e imenso amor me banha!
Santos-24/03/2006