CUIDADO COMIGO
É bom tomar cuidado com minha inofensividade;
Porque quando comum sou raridade, e tudo faço sem agir;
Chego longe sem ir, mergulho levemente com densidade;
Guerreio com suavidade, me entrelaço aparentemente sem interagir!
Me deixo levar por todos os ventos do livre arbítrio;
Decifro silêncios nos gritos, rabisco novidades em cenas corriqueiras;
Faço uso de sábias asneiras quando me prendo ao descompromisso;
Presente em cada vulto omisso, preso fora das fronteiras!
Por isso o melhor conselho é calcular meus números líricos;
Porque meus desejos anêmicos são vampíricos e meu teto é desabrigo;
Sou desses que temem a falta de perigo e cujos abstratos são físicos;
Portanto se teu coração não gosta de riscos, cuidado comigo!