ARREPENDIMENTO

Fiz a mala desordenada e, indolente

sem beijar-te, parti bem resoluto

fugi do amor, covardemante

num repente tresloucado e bruto.

Lancei-me ao mundo em procura

de ilusão tão fria e vã

numa atitude insana de loucura

abandonei-te, amor, numa manhã.

E tu, ainda sobre o leito

com a dor estampada no rosto

deixaste escapar do peito

lágrimas amargas de desgosto.

Ignorei-as partindo mesmo assim

fui embora, sem nada dizer, sisudo

dando a um grande amor um fim

tão insignificante e mudo.

Isso foi a muito tempo atrás

rolei pelo destino sempre perdido

e hoje voltei amor, em paz

e bato à tua porta, arrependido!

Rui E L Tavares
Enviado por Rui E L Tavares em 10/11/2008
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