ARREPENDIMENTO
Fiz a mala desordenada e, indolente
sem beijar-te, parti bem resoluto
fugi do amor, covardemante
num repente tresloucado e bruto.
Lancei-me ao mundo em procura
de ilusão tão fria e vã
numa atitude insana de loucura
abandonei-te, amor, numa manhã.
E tu, ainda sobre o leito
com a dor estampada no rosto
deixaste escapar do peito
lágrimas amargas de desgosto.
Ignorei-as partindo mesmo assim
fui embora, sem nada dizer, sisudo
dando a um grande amor um fim
tão insignificante e mudo.
Isso foi a muito tempo atrás
rolei pelo destino sempre perdido
e hoje voltei amor, em paz
e bato à tua porta, arrependido!