ÚLTIMA NOITE DE UM GRANDE AMOR

Cerram-se fileiras de aço e carne

Aço da alma

Carne do coração

Em torno de nós

Do que seremos

Dai a pouco

Nada

Mas do que fomos

Espasmos do grande cosmos

Interstícios da suprema Imensidão

É a

Última noite de um grande amor

Pálpebras que se fecham

Ao mesmo tempo

Beijos que se dão

Em sintonia

Vozes

Ciciantes

De ternuras em breve esquecidas

Memórias de épicas noites

Que em breve

Mas não agora

Serão frias

Despidas

Vazias

Pérolas

De um mar

Que julgávamos infinito

De afectos

Mas quando demos por ela

Aquecíamo-nos

Ao lado de uma fogueira caduca e fria

De mil e uma estrelas

Que tal como ele

Se iria

Na aurora

Esgotar…

Recordações

Reservadas para fotografias

Mas não

Aquela noite

Aquela noite era nossa

E de mais ninguém

E essas memórias

Só estarão dentro de nós

Não serão

Por nada registadas

Serão o antídoto

Da tristeza

De momentos que se perderam

Como as lágrimas derramadas

Mas momentos

Que soubemos

E sentimos

Que valeram

Realmente a pena

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 10/11/2008
Código do texto: T1275585
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