Inferno de Amar

O amor que me move

é o que me castra,

abate, entorpece,

corrói feito traça.

torna - me um rio sem curso

semente que não desabrocha

girassol sem sol

melodia sem som...

senzala em açoites.

O amor que me anima

dilacera, mortifica

fere qual adaga.

É combate solitário

Desejo e ódio

grito sem eco

arco-íris sem cor

porto sem ida

flor sem perfume

primavera sem vida

saudade plangente.

O amor que me alenta

consome, ilude

Faz-me céu sem estrelas,

artista sem aquarela

Palhaço sem picadeiro

Noite sem lua

verão sem calor

chama sem brasa

poeta sem engenho

peregrino de ermos caminhos

poema sem verso

Um corpo sem alma.

Lucimar Oliveira
Enviado por Lucimar Oliveira em 10/11/2008
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