Noite silente
A noite silencia a cidade
e inquieta o meu coração.
O relógio da sala bate
pausadamente marcando as
horas e dentro da alma uma
réstia de angústia habita o peito.
A solidão chega sem
ter marcado encontro comigo,
mas eu sabia que ela viria
mesmo assim.
Invade meu pequeno quarto
enquanto meus olhos
pousam nos livros e a
mão escreve no branco
do papel as impressões
do sentido, a fragilidade
do momento.
A noite avança silente
nas asas da imaginação
que busca na
ilusão a esperança
de um sentir diferente.
O tempo, entranhado
nas horas, diz, impiedoso,
que passará deixando a
solidão impregnada
em mim.