Alumbramento
Foi o alumbramento dos
teus olhos que despertaram
nos meus a fagulha do amor.
Em teus olhos a alma
mergulhou como se
fosse um abismo e
neles se perdeu.
Não adiantaram as
palavras da razão fazendo
coro com o pensamento.
Era pensamor, uma imagem
simbólica do Rosa na
feição da realidade premente,
invenção prosaica
de um poema sem nome.
Onde meus olhos se perderam
restaram águas de
lágrimas doridas,
fragmentos dispersos de
uma saudade infinda
que recolhe de teus
braços abraços que
não são meus.
E o amor desfolhou-se
por inteiro, feito
a rosa escarlate no
fim do dia.