INDECISÕES

Ela encosta sua cabeça no travesseiro

Mas não se reconforta

Sente aos poucos suas defesas

E forças sumirem

Agora ela está sozinha

E pode sorrir ou chorar

Mas porque faria isso?

Ela sabe que ele não está sozinho

E isso faz com que ela o amaldiçoe

Dividida entre o coração e a razão

Ela recorda do sorriso inocente

Contrastando com o olhar malicioso

Que ele insiste em lançar-lhe

E sozinha ela envergonha-se

E sozinha ela sorri de olhos fechados.

Sem saber o que fazer

Ela tenta dormir

A casa vazia, o quarto escuro

A cama fria não a deixam dormir

Sozinha ela acende a luz

Seus olhos no espelho

Transmitem medo,

Não de estar ali.

Mas medo do que está sentindo

Do que está vivendo

Tudo é novo para ela,

O prazer e a dor.

Será que é amor?

Ela se pergunta pela sétima vez

Não pode ser? Ela mesma responde

Não precisa ser

Será que é isso que eu quero?

Ela se pergunta, mas não tem resposta.

Novamente ela se olha no espelho

Mas seus olhos haviam um reflexo dele

Ela se assustou e não aceitou

Voltou a olhar

Os olhos dele refletido nos dela

Piscaram e ela aceitou

Não tinha como não aceitar

Maldição, não!

Gritou acuada, mas logo sorriu.

Novamente deitou

Encostou a cabeça, mas não descansou.

Lembrou dos carinhos em seu corpo

E chorou...

Não de dor ou de remorso,

Mas do que sentia o coração...

Não sinto que é amor

Disse ela a si mesma

Enquanto abraçava o próprio corpo

Ardendo de tesão

Amanheceu e ela não dormiu

Seu corpo está cansado

E ela não sabe se aceita

O que seu coração pede

Mas uma coisa ela não pode negar

Ela quer vê-lo.