Águas frias da dor
Ainda carrego na alma
dores que pensei adormecidas
no passado, encerradas em
alguma gaveta de
sentimentos perdidos.
Tua voz reavivou lágrimas e
novamente afluíram fragmentos,
restos de mágoas, pétalas de
flores mortas, resquícios de
escuridão, lembranças que
ainda insistem em
permear meu sentir.
Eu, mergulhada em um
turbilhão de emoções,
tentando não ser náufrago
de amores infelizes.
Nada conseguindo, na
solidão que caminha nos
meus dias e reflete dos
olhos as águas frias da dor.
O horizonte que o céu plúmbeo
recorta, esconde meu ser
do mundo de agora, me faz
um desenho opaco na
geografia da vida,
pintado em cores disformes
como o rosto que tenho
e penso não ser meu.