Águas frias da dor

Ainda carrego na alma

dores que pensei adormecidas

no passado, encerradas em

alguma gaveta de

sentimentos perdidos.

Tua voz reavivou lágrimas e

novamente afluíram fragmentos,

restos de mágoas, pétalas de

flores mortas, resquícios de

escuridão, lembranças que

ainda insistem em

permear meu sentir.

Eu, mergulhada em um

turbilhão de emoções,

tentando não ser náufrago

de amores infelizes.

Nada conseguindo, na

solidão que caminha nos

meus dias e reflete dos

olhos as águas frias da dor.

O horizonte que o céu plúmbeo

recorta, esconde meu ser

do mundo de agora, me faz

um desenho opaco na

geografia da vida,

pintado em cores disformes

como o rosto que tenho

e penso não ser meu.

Rita Venâncio
Enviado por Rita Venâncio em 06/11/2008
Código do texto: T1268961
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