TRANSPARÊNCIAS AO AMANHECER
Há uma fogueira
Que ateio todas as noites
E que vejo hipnoticamente
Protegendo-me do escurecer
E que resgata a sobriedade perdida
Nas trevas
Transparências ao Amanhecer
E nesse fogo
Altivo
E nunca mortiço
Recordo outros lumes
De sábios
Que talvez me explicassem
A razão
A duvida perpetua
De nunca te ter comigo
Porque em cada chama
Em cada labareda
Arde o meu coração
De poeta
E de improvável escritor
Que vê
Nessas cores
Sedutoras
E de certa forma amigas
O motivo
A alma
De toda a minha escrita
Sim
Ela versa
O Amor
Sim
Sendo que o Amor
Me preenche o todo
E apesar
De todas as minhas
Múltiplas
Actividades
Infinitas distracções
O Amor
Conduz o meu ser
Em direcção
A vastas direcções
Estranhos
Caminhos
No qual
Eu sou feliz
Porque amei imenso
E ainda mais
Pretendo amar
Nos mais de dois mil anos
Que ainda por cá
Eu vou estar…