ALGUÉM

Alguém!
Alguém aí me ajude!
Tenho as mãos trêmulas
O choro a me engasgar
Fiz o que pude

Alguém!
Alguém aí me escore!
Me tire dessa arritmia
Me dê um coração
Que não me mate a cada dia

Alguém!
Alguém aí me ampare!
Põe meu coração de novo
Monocórdio, copioso
Põe na minha boca algo que cale

Alguém!
Alguém aí me socorra!
Me afasta logo desse amor
Me arranca esse estigma do peito
Antes que dele eu morra

Alguém!
Alguém aí me salva!
Pois eu não suporto nem aceito
Tirar de dentro do meu peito
Teu rosto de anjo, tua pela alva

Alguém!
Alguém aí me ensina!
Amar sem ter medo
Viver sem tais entrechos
Aceitar minha sina!

Alguém!
Alguém aí me mate!
Pois que não suporto o veto
O impedir de nascer o feto
A mancha no chão, escarlate

Alguém!
Alguém aí me convence!
Que a despeito da dor
Quem acredita no amor
Sempre vence, sempre vence!

Edu Silveira
Enviado por Edu Silveira em 05/11/2008
Reeditado em 18/10/2023
Código do texto: T1267935
Classificação de conteúdo: seguro
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