DE ONDE EU VENHO...

Eu venho das raízes desta terra

E trago em mim o cheiro deste chão...

Nasci da terra, como vêm as cachoeiras,

Espontâneas,

Audaciosas,

Explodindo,

Rolando sobre as pedras

E ferindo

Suas águas... (- Minhas mãos!...)

Eu venho das raízes do Rio Grande

E trago em mim as misturas deste chão!...

Chão machucado,

- Mas altaneiro! –

Que não se rende,

Que não se dobra,

Chão que é fecundo,

Terra que é fértil,

Húmus da Vida,

Adubada com sangue

- Mas nunca lama!

Eu venho das misturas desta terra

E da gente que lutou sobre este chão:

Gente indomável,

Gente sofrida,

Gente que a Glória

E a honra, à vida

Ousaram sobrepujar!

Eu venho da mistura do Minuano

Com cheiro de terra...

... E a cavalhada,

Em tropel

Levantando poeira no horizonte!...

Eu trago a herança dos Farrapos

E a vitória

De cair de pé

E morrer de pé...

Eu trago o cheiro dos campos

E o segredo das matas

E a mistura das raças,

Na terra que na Terra é a mais irmã!

E porque trago nas veias este sangue

Que, de tanto misturar-se, se filtrou

Tornando-se mais puro que o cristal,

Formando a raça do presente e do futuro

É que em mim

Só podem brotar as verdes esperanças

Na cor de ouro da honra

E no brilho sem jaça

Do mais puro diamante em céu de anil

De uma pureza infinita

Oriunda de uma raça de gigantes

Que forjou este Brasil!...

Por isso, meu filho, meu amigo, meu irmão,

Amor da minha vida:

- Poderá alguém viver sem honra

Sendo filho deste chão?...

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Nota da Autora: dedicado ao povo "meu" Rio Grande do Sul...

ESPERANÇA
Enviado por ESPERANÇA em 05/11/2008
Reeditado em 15/11/2008
Código do texto: T1266999
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