No ventre da noite

É no ventre a noite que a

minha alma se dilata feito o

corpo que cai no abismo.

Na solidão que transita em

minha casa essa mesma noite

oferece seus braços em um

abraço febril que envolve

meu corpo e não afasta as

lágrimas que os olhos

insistem em verter.

Eu, uma partícula solta

no espaço, esquecida do

que é o amor me encontro

absorta no lastro de

pensamento que filtra

da emoção o que já

não sinto.

A imagem que me vem

à memória é a do mar

de sal das praias de

Ondina que sempre

procuro como antídoto

para o veneno que

bebe a minha alma.

E a noite tece a madrugada

de agora na incerteza

do dia que virá

e não sei se será meu ou

do tempo que escoa de

minha própria e

relutante vida.

Rita Venâncio
Enviado por Rita Venâncio em 05/11/2008
Código do texto: T1266835
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