IGNORADO AMOR

Quem não me toca com o carinho que necessito;

Quem não evito e mesmo assim não quer cruzar o meu caminho;

E me deixa sozinho, jamais havendo estado comigo;

E me nega abrigo, me obrigando a do relento avistar seu ninho!

Quem nunca beijo e cujo gosto inunda os lábios meus;

Quem meu amor não mereceu, mas quis lhe pertencer;

Não quer me querer, não vai lembrar do que nem esqueceu;

Que de si nada me concedeu, legando aceno a me desmerecer!

Quem não colide o seu olhar com o perceber de que existo;

Quem não persisto a procurar e mesmo assim não sai de mim;

Não é princípio e nem fim, sequer sou vírgula de seu escrito;

Pra quem não sou nem feio ou bonito, transparente ou carmesim!

Quem nem mesmo faz questão do pouco caso que ignora;

Quem no meu pranto mora e só me abraça no delirante desengano;

Que não está me amando, nem me notando por dentro ou por fora;

No amanhã assim como no outrora, ainda será quem tanto amo!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 04/11/2008
Reeditado em 03/12/2008
Código do texto: T1265768
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