AMOR E ENGANO...
Quando tu chegaste
Meu pezinho estava preso
Numa gaiola dourada.
Quando tu chegaste,
Notaste angustiado
Que possuías a chave,
da minha liberdade,
Mas há havias perdido
Ao longo do caminho
Já percorrido...
Impotente ante a realidade
De tudo poder, e nada obter,
Tu me olhaste...
E, por trás das minhas grades,
Nossos olhos fundiram-se num só...
E surgiu um lago imenso de tristeza...
Que gotejava
E escorria pela face...
Minha gaiola tornou-se mais dourada
E tu notaste não haver mais tempo
De voltar, retomar a caminhada
Em procura da minha liberdade...
Nossos olhos fundiram-se num só
E, ante a tristeza imensa que raiou,
Surgiu dos olhos unidos pelo amor,
E fundidos num só olhar,
A lágrima mais triste do Universo:
A imensa lágrima de saber que se fitou
O amor sonhado e há tanto desejado
Por trás das amarras do passado...
... A barreira cruel nos separou...
E dos meus olhos e dos meus/teus olhos,
A própria lágrima nascida em nós chorou...
Chegaste tarde... E eu te esperei tanto...
E porque chegaste tarde, o amor nos castigou,
E por perderes a chave, ele nos olhou
Severo! E então nos separou...
Porque o Amor, em sua grandiosidade,
Não perdoa a quem se enganou!...
Ou quem perdeu a oportunidade...
Não perdoa a quem se atrasa no caminho
E perde a chave a quem ele ofertou...
E eu definhei na gaiola tão dourada...
E o Amor para sempre te levou...