É DE NOITE...

Sentando-me

À clareira

De um computador

Que me ilumina

Por ser uma Janela

Aberta a tudo

Por onde entra

E esvai

A minha dor

É de Noite…

Escuto

O sibilar do vento

Nas janelas

Será a chuva do Outono

Será o sopro

Da tua respiração

Que hesita

A entrar

Ou não será

Mais do que um fruto

Da minha

Demasiado fértil

Imaginação…?

É de Noite…

Tenho medo dela

Dos fantasmas

Que com ela

E as memórias

Me consecutivamente

Vêem assombrar

Porque estupidamente

E contra todas as evidencias

Queria Contigo

Estar…

É de Noite…

E eu ouço

O eco dos teus passos

Que se dirigem

Para algures

E não para mim

E eu acordo

Finalmente

Da insónia

Porque

Há sonhos assim…

É de Noite…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 03/11/2008
Reeditado em 03/11/2008
Código do texto: T1263011
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