NENHUM AMOR ALÉM do ABANDONO

Estavámos na praça, a solidão e eu,

abarrotados das súplicas de palhaços

que despiram o rosto e viveram as máscaras,

éramos cães esparramando o cio

da lógica sideral, e se o mundo esqueceu

que marginal é o amor

dos que não pedem, tanto melhor

seguir crucificado na alma.

A sombra engole meu rastro ,

porque viveria o infinito de um amor

que degola o anjo expresso do sorriso

nas escadarias que escondem

esbugalhos d'alma morta?

nem sempre as flores

alimentam a doçura

Arranco o coração do sonho

com a navalha do escárnio,

minhas armas: vampiro e esquecimento,

minha história - nunca

provar nenhum amor

além do abandono,

é chegado o carrasco

posso apenas dizer obrigado