OS CORPOS
DILÚVIO NOS CORPOS
Andas sem luz,
vejo tua mão que apalpa as trevas de meu corpo,
merdas e merlas se misturam aos genes.
Teu silêncio profundo, toca minha alma
profana e cheia de sombras retorcidas de desejos.
Alma itinerante em batimentos cardíacos que
ecoam pelas esquinas deste corpo cadavérico,
sem camisa e descalço.
Ser avulsa, onça que ruge e arranha
a procura da carne viva,
silêncio atroz
gemidos mordazes, cortando-me com tua adaga louca...
Toco o teu corpo,
lábios e língua,
quase sempre o graal
de tantos ínfimos desejos.
Há um terremoto,
e um vulcão em síntese de tais gritos;
--- Quando te entregas a mim
vens com jeito de castidade,
mas logo se faz um ato...
Faz-se fácil rolar-te na cama
com gemidos diz que me amas
Poe-te como bela adormecida
em sussurros a sonhar,
com as caricias que ainda perfuma
o jardim do quarto.
quando te entregas assim
gritas palavras obscenas
chama-me de teu.
E meu corpo arrepiado
Geme teu nome ( como sou idolatra)
Em fim.
Tem dia que a inspiração
vem e despertanos.
Caminhamos por todos os cantos
do teu ceu e meu inferno.
O dia é triste e longo,
é quando ficamos ali por horas a fio
contemplando os seios
daquela rua.
Somos uma penca de nervos
dentro desses elevadores.
Vozes de crianças que rolam
pela calçada,
meninotes descalços
e os assovios dos assassinos disparam
o eletro e a luz da esquina piscou.
Dentro do seu ventre um grito
de roupas sujas no varal!
Periquitos chiam entre a tela
do jardim de infância, é o quadro negro de
nuvens que se chocam,
portões que batem,
bêbados que gritam nossos nomes.
Terremoto a cada trinta minutos,
no ponto G,
e esse curto circuito em meu disjuntor
bipolar mental que grita.
Um super beijo te fere o cílio
um supercílio super beijo,
e os olhos riem
e voce chora.
Que chuva forte
cai lá dentro com
gosto de lagrima,
agora uma enxurrada faz um
Maremoto azul.
AMOR
Se queres um amor florido,
vais viver em um jardim.
O amor tem alguns sorrisos,
mas são tantos os prantos
no decorrer dos anos.