Eternidade...
Deixo desnuda a pele alva e cálida,
Sob o luar que adentra pelas frestas,
Do cômodo onde a minha face pálida,
Emparelha os sonhos ás reais arestas.
Presa em divino laço de intrépida ternura,
Desconheço a vera intenção deste fado.
Que me entorpece em ansiosa loucura,
Pra redigir estes temas ao meu amado.
De fato este é o único lema de meu verso.
Unir as longínquas plagas, onde habitamos,
No espaço mais tênue deste universo.
Pra despercebidos amar, entre os ramos,
Dos pomares mais secretos e densos,
Onde cresce o fruto de nossa devoção,
Devorarmo-nos nestes vales imensos,
Alimentando este solo com nossa paixão.
Em nossas bocas encontram proteção,
Os beijos, que como folhas gotejantes,
Escorrem, destas ilusões delirantes,
Abrigo pra nossas línguas incessantes.
Harmonizadas em intensa movimentação.
Desprendemo-nos da torpe realidade,
Pra viver no mais alto patamar de realização.
Amar, até que finde os dias de nossa vida.
Desdobrar-nos sob os lençóis da emoção.
E quando a força nos parecer exaurida,
Deleitar no enlace de nossas almas à eterna mansidão...