Infinitamente maio

Era infinitamente maio, quando

você chegou e arrebatou

a minha alma.

Eu desatei os nós da

relutância que ainda habitava

o peito, feito um fantasma

que pede pouso e

não espera resposta.

O amor não pulou o

muro, como nos versos

de Drummond, mas

refugiou-se em algum

canto perdido

dentro de mim.

Maio enfeixava os anos

passados à margem

da solidão.

Eu esqueci o que era

o amor e não sabia

mais reconhecê-lo

em mim.

Mas era maio, infinitamente

maio, quando você chegou

e eu não mais o recebi.

Não acreditava no amor,

eu o havia exilado em

algum lugar escuro do

coração e jogado a chave

fora.

Rita Venâncio
Enviado por Rita Venâncio em 01/11/2008
Código do texto: T1260139
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