O REGRESSO
Aquele amor que nunca mais senti, subitamente regressou;
Trazendo novamente o que jamais levou, mantendo o mesmo tom;
Falando em alto som o que sempre admitiu e nunca calou;
Pedindo cura à sua dor, querendo tua cor em seu céu marrom!
Ele me induziu a acreditar que fez as malas juntamente ao teu adeus;
Que se perderia em horizontes plebeus e abdicaria de seu reino;
Encaminhou meu íntimo ao desgoverno, implodiu castelos meus;
Voltou dizendo que não deu, que lhe venceu o inglório pesadelo!
Agora quando adormecida, ele te vela serenando em teus orvalhos;
Te oferta desejos vários, que não te alcançam e vagam no infinito;
Na flor de teu sorriso está descrito, em nossos esquecidos retalhos;
E se vê frangalhos, posto que tua indiferença não lhe ouve o grito!
O calor do meu amor fez queixa à madrugada, pois não te aqueceu;
Um dia disse que morreu, mas escondido estava na noite enluarada;
É amor percorredor de infinda estrada, eternamente teu;
Amor que nunca te esqueceu, que chora em tua lua ignorada!