O REGRESSO

Aquele amor que nunca mais senti, subitamente regressou;

Trazendo novamente o que jamais levou, mantendo o mesmo tom;

Falando em alto som o que sempre admitiu e nunca calou;

Pedindo cura à sua dor, querendo tua cor em seu céu marrom!

Ele me induziu a acreditar que fez as malas juntamente ao teu adeus;

Que se perderia em horizontes plebeus e abdicaria de seu reino;

Encaminhou meu íntimo ao desgoverno, implodiu castelos meus;

Voltou dizendo que não deu, que lhe venceu o inglório pesadelo!

Agora quando adormecida, ele te vela serenando em teus orvalhos;

Te oferta desejos vários, que não te alcançam e vagam no infinito;

Na flor de teu sorriso está descrito, em nossos esquecidos retalhos;

E se vê frangalhos, posto que tua indiferença não lhe ouve o grito!

O calor do meu amor fez queixa à madrugada, pois não te aqueceu;

Um dia disse que morreu, mas escondido estava na noite enluarada;

É amor percorredor de infinda estrada, eternamente teu;

Amor que nunca te esqueceu, que chora em tua lua ignorada!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 01/11/2008
Código do texto: T1259801
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