Semelhanças que Atraem
Tudo me enche de um tédio mórbido...
Está frio, assim gosto, muita roupa!
Olho a garrafa de tinto envelhecido...
Não sei quantos anos... Só sei que veio da poupa...
Ela será minha companheira esta noite...
Pego uma taça, solidão com classe!
Estar sozinho, sem dor que açoite...
Assim, quem sabe mais uma noite passe...
A Lua se escondeu hoje de mim...
Ela é minha antiga ouvinte...
Só eu e este tinto a noite não terá fim...
Tudo bem terá ao menos certo requinte!
Posso ver as negras nuvens além...
Pairam sobre a imensidão de minha cabeça...
Penso se você é aquele alguém...
Que impedirá que minha existência pereça...
Teu rosto me é tão familiar...
Ele muda, revela tantas almas em seu ser...
Todas elas a me encantar!
Seria você com quem desejei viver?
Temos a mesma indignação de mundo...
A insatisfação desse vazio nas pessoas...
Um tédio nos preenche...Profundo...
Se eu penso muito entre meus dedos, escoas!
Ficamos distantes e estamos tão perto...
O que afinal nos separa?
Pensa em mim, é bem certo...
O que na verdade em mim repara?
Teu mistério me instiga demais...
Pois o desejo de um reencontro me alucina...
O amor lança flechas fatais...
Será que com você esta dor termina?
São Paulo, 01 de Novembro de 2008, 04: 54