Quietude

O silêncio corta a minha alma

feito as asas de um pássaro

ferido em vôo cego.

Em mim, o amor se fez

ausente, ácido mortífero

que penetra na veia e

destrói incólume as artérias.

Procuro o poema construído

na palavra vento, mas ele

se desfez como você nas

dobraduras do papel chinês.

O pássaro machucado

emudeceu seu canto triste

na alma dorida e

amargurada de agora.

Ontem, você era tema

do meu poema.

Hoje, é alguém que se

insere no passado que

simplesmente chora

Rita Venâncio
Enviado por Rita Venâncio em 31/10/2008
Código do texto: T1259131
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