Quietude
O silêncio corta a minha alma
feito as asas de um pássaro
ferido em vôo cego.
Em mim, o amor se fez
ausente, ácido mortífero
que penetra na veia e
destrói incólume as artérias.
Procuro o poema construído
na palavra vento, mas ele
se desfez como você nas
dobraduras do papel chinês.
O pássaro machucado
emudeceu seu canto triste
na alma dorida e
amargurada de agora.
Ontem, você era tema
do meu poema.
Hoje, é alguém que se
insere no passado que
simplesmente chora