Você...

Você...

Meu oceano de pensamentos...

O gemido entre doridos lamentos...

Você!

Você...

Caudalosa fonte de dor...

Desta alma que profere amor...

Você!

Você...

Insônia noturna que vela...

Devaneios de uma vida que anela...

Você!

Você...

O murmúrio suave que fenece...

O encanto que meu coração enobrece...

Você!

Você!

Sol da alvorada de minha existência

A fome que assassina o estômago,

O arco-íris que curva em meu âmago...

A apatia em evidência...

Por você!

Você!

O fechar de olhos que mergulha

Profundamente na dor latejante no peito...

A poça lacrimal que se forma em meu leito...

A brasa incandescente contida em fagulha...

É você!

Você...

A face distinguível na multidão...

O nome oculto em todas as poesias,

E que faço todas elas tão minhas...

És a medida exata da imensidão...

É você!

Você!

A música que dilacera a essência...

O exatravazo que escapa no olhar,

A oração constante em cada pensar...

O motivo atual de minha existência...

Só você!

Você!

Meu eixo que sai de prumo...

O lapso que anula minha essência,

A fraqueza que me expõe a carência...

E me torna assim...Sem rumo!

Você!

Você...

O gigante que rende a aldeia...

O guerreiro que empunha a espada desbravadora...

Domando esta depravadora...

Que apenas com um olhar freia...

Sim, você!

Você...

Salvador desta minha lamúria...

O senhor que domina todos meus sentidos...

Que tornaria todos os 'ais' findos...

Bastava-me até mesmo sua fúria...

Perdida em você!

Você...

Que deu crédito a minha maior mentira...

E permite recolher-me nesta estéril ostra,

Que volta a ser desprezível monstra...

Que eternamente por ti suspira...

Você!

Você...

Mil punhaladas aniquiladoras...

A bússola desgovernada...

Nenhuma será tão apaixonada...

Sou tua escrava, eterna servidora!

Você!

Você...

Sua falta é desesperadora...

A vida perde completamente o sentido,

Tornei-me um ninguém vagando perdido...

Esqueci o caminho da Paz libertadora...

Quando vi você!

Você!

A dispnéia de fôlego que expira...

O olhar que vaguei sem rumo...

Este universo que agora consumo...

Abarrotando de vazio que me inspira...

Pra você!

Sem data para ser eterna...

Shimada Coelho A Alma Nua
Enviado por Shimada Coelho A Alma Nua em 31/10/2008
Código do texto: T1258398
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