RIMAS DA PAIXÃO

O semeador de teus suspiros parece levitar por enseadas quando te toca;

E te coloca muito além dos fronteiriços limítrofes atmosféricos;

Transes emotivos psicodélicos, celestiais jardins abrindo portas;

Qual seiva milagrosa em folhas mortas, qual pujante eclosão de artefatos bélicos!

Decanta no esperanto o vivaz vernáculo que alegra sua grega tragédia;

E traja prantos de comédia, quando sorri insanamente perante a pele almejada;

Se salva dantesco nos paraísos de sua amada, vê-se ínfimo e ela régia;

Reverencia como egrégia cada cúmplice rastro dessa paixão sagrada!

Então repousa nesse cais, onde dormitam tranqüilas águas de velas enamoradas;

Lençóis que ardem sob enluaradas, lábios famintos que se compram e vendem;

Anelos proibidos que se atendem, furtos de surtos e delícias alastradas;

Mistérios decifrados em visitadas camadas, últimos muros que se rendem!

Não há argumento inibitório e nem tabu feitor que nas senzalas nos contenha;

Somos chama e lenha, tarde virgem que beija seu alto mar devorador;

Como um passado promissor de um destino amigo que nos doou a sua senha;

O proibido que desdenha e a ternura acasalada a um verdadeiro amor!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 31/10/2008
Reeditado em 31/10/2008
Código do texto: T1258103
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