RIMAS DA PAIXÃO
O semeador de teus suspiros parece levitar por enseadas quando te toca;
E te coloca muito além dos fronteiriços limítrofes atmosféricos;
Transes emotivos psicodélicos, celestiais jardins abrindo portas;
Qual seiva milagrosa em folhas mortas, qual pujante eclosão de artefatos bélicos!
Decanta no esperanto o vivaz vernáculo que alegra sua grega tragédia;
E traja prantos de comédia, quando sorri insanamente perante a pele almejada;
Se salva dantesco nos paraísos de sua amada, vê-se ínfimo e ela régia;
Reverencia como egrégia cada cúmplice rastro dessa paixão sagrada!
Então repousa nesse cais, onde dormitam tranqüilas águas de velas enamoradas;
Lençóis que ardem sob enluaradas, lábios famintos que se compram e vendem;
Anelos proibidos que se atendem, furtos de surtos e delícias alastradas;
Mistérios decifrados em visitadas camadas, últimos muros que se rendem!
Não há argumento inibitório e nem tabu feitor que nas senzalas nos contenha;
Somos chama e lenha, tarde virgem que beija seu alto mar devorador;
Como um passado promissor de um destino amigo que nos doou a sua senha;
O proibido que desdenha e a ternura acasalada a um verdadeiro amor!