Carta no papel de pão
Por ti andei milhas
Milhas, meliante andou sem rumo
Fui ao longe ver que o simples se nota distante
Por ti cantei sonatas, serestas, sonantes
Por ti, somente por ti, fui buscar o que não se fácil acha
Tranquei meu coração, fui sem ele para não perder-me no caminho
Por ti, o mal terrível enfrentei,
cruzei ruas, atravessei vielas
Corri o mundo para ti dar o mundo, capturei os ventos, para que meu sopro sejas te tua brisa
Por ti fui a Terra, subi a Marte, conversei com Júpiter, pedi-lhe a poção do amor, que por ele foi negada
Por ti falei de frente com as estrelas sem medo dos olhares intimidadores que elas ousam dar, percorri toda a constelação em busca do presente mais puro que poderia lhe trazer
Tentei seqüestrar o por do sol para lhe dar, o barulho do mar, a suavidades dos ventos matinais.
Por ti escrevi neste papel de pão tudo que ousaria fazer para ti ter.