Amor surrealista...
Em ti encontro abrigo, esqueço dos meus problemas,
Delicio-me observando a plenitude de teus poemas,
Findo meu pranto e alimento meu imenso fascínio,
Vejo meus sofrimentos insistentes em súbito declínio.
Alicio-me ao devaneio que me ofertaste tão sutilmente.
Deixo que se espalhe o doce arrepio decorrente,
Dos anseios inadvertidos e subseqüentes deste,
Instante lucidamente enlouquecido que me ofereceste,
Quando traguei o elixir venonoso do seu sabor eloqüente.
Ainda paira sobre meu olhar, a sombra delicada e lúbrica,
De seu corpo esguio, constituído em divina rubrica,
Imaginativa, somente para meu usufruto intencional.
Deleite híbrido, surpreendendo meu intelecto racional.
Agora estou completamente envolvida neste delírio surrealista,
Que ludibria facilmente meu sexto sentido, perante, a vista,
Dos meus mais atentos olhares desconfiados,
Transformou meus ares, dantes amedrontados,
Em mares de ousadia com revoltosos tornados
Apaixonados...